quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Solos Fluviais

· Definição
A formação dos solos fluviais iniciam com o desgaste provocado pelos rios nas regiões mais altas, seguindo com o transporte para as regiões mais baixas. O ponto de depósito de cada grão no curso do rio é determinado pela velocidade do rio e também pelo tamanho e o peso do grão. Argilas e outros solos muito finos permanecerão em suspensão até decantarem em lagos ou mares calmos.

- Solos fluviais Os rios durante sua existência têm várias fases. Em áreas de formação geológicas mais recentes, menos desgastadas, existem irregularidades topográficas muito grandes e por isso os rios têm uma inclinação maior e conseqüentemente uma maior velocidade. Existem vários fatores determinantes da capacidade de erosão e transporte dos rios, sendo a velocidade a mais importante. Assim, os rios mais jovens transportam mais matéria sólida do que os rios mais velhos. Sabe-se que os rios não possuem a mesma idade em toda a sua extensão; quanto mais distantes da nascente, menor a inclinação e a velocidade. As partículas de determinado tamanho passam a ter peso suficiente para se decantar e permanecer naquele ponto, outras menores só serão depositadas com velocidade também menor. O transporte fluvial pode ser descrito sumariamente da seguinte forma:
a) Os rios desgastam o relevo em sua parte mais elevada e levam os solos para sua parte mais baixa, existindo com o tempo uma tendência a planificação do leito. Rios mais velhos têm portanto menor velocidade e transportam menos.
 b) Cada tamanho de grão será depositado em um determinado ponto do rio, correspondente a uma determinada velocidade, o que leva os solos fluviais a terem uma certa uniformidade granulométrica. Solos muito finos, como as argilas, permanecerão em suspensão até decantar em mares ou lagos com água em repouso. De um modo geral, pode-se dizer que os solos aluvionares apresentam um grau de uniformidade de tamanho de grãos intermediário entre os solos eólicos (mais uniformes) e coluvionares (menos uniformes). 

· Origem e formação
A erosão fluvial é a erosão causada pelas águas dos rios que provoca desgaste nos planaltos , dentre outros relevos e removem porções do solo das margens dos rios, provocando um deslizamento de terra. Por isso o rio pode mudar de forma muito parecida com a erosão pluvial, que é causada pela chuva.Essa erosão é causada pelas águas que correm nos rios, que pode causar o desmoronamento de barrancos. Com o próprio curso do rio pode ser alterado por causa da erosão. Assim, na fase inicial da erosão, devido a grande declividade do terreno, pode acontecer com mais intensidade, na fase mais avançada acontece transporte de sedimentos, já na fase final ocorre o processo de acumulação de tais sedimentos,as águas dos rios escavam o leito formando vales profundos transportam materiais e depositam nas partes mais baixa.Ao chegarem ao final do percurso,na foz das águas depositam grande quantidade de sedimentos criando formas. A erosão fluvial pode mudar o curso do rio, gerando os chamados meandros. Um exemplo da erosão fluvial é o Grand Canyon, localizado no Arizona, Estados Unidos. Ele é resultado da erosão fluvial do rio Colorado. Vale lembrar, que essas alterações no relevo levam muito tempo para acontecer, cerca de milhões de anos.
• As partículas sólidas transportadas pelas águas dos rios são depositadas nos momentos em que a corrente sofre uma diminuição de velocidade;
 • A granulometria dos sedimentos depende da energia de transporte;
 • Com a variação do regime de um rio, há a possibilidade dos depósitos de aluvião aparecerem com granulometria bastante heterogênea.
 • Esses depósitos de aluvião podem aparecer na forma de: – Terraços fluviais, ao longo do leito do rio (areias ou seixos mal classificados); – Planícies de inundação, que são depósitos mais extensos formados durante os períodos de cheia do rio (siltes e argilas bem classificadas).
• Quando os rios meandram, podem ser encontradas camadas lenticulares de seixos rolados e de areias mal classificados, o que indica um antigo leito do rio. Solos de Terraços Fluviais
• As águas correntes dos rios e arroios transportam: – No fundo: •Pedregulhos por rolamento. – No fundo e aos saltos:
 • Areias grossas;
 • Areias médias;
 • Parte das areias finas. – Em suspensão em toda a altura das águas parte das areias finas; Siltes;
 • Argilas. Solos de Terraços Fluviais Solos
 • As partículas mais finas (areias finas, siltes e argilas) transportadas em suspensão não se depositam em águas correntes, mas só em águas paradas;
• Elas são transportadas pelo rio até a foz, ou seja, até os oceanos e os lagos, onde se depositam ao encontrarem águas mais paradas. Solos de Terraços Fluviais
• As partículas mais grossas (pedregulhos, areias grossas, médias e finas) transportadas pelo fundo, são as que se depositam no leito dos rios;
• A medida que as águas correntes vão perdendo velocidade, formam-se camadas lenticulares, onde o tamanho das partículas de cada camada indica a velocidade das águas num determinado período de deposição. Solos de Terraços Fluviais
 • As camadas não são, em geral, constituídas de um só tamanho de partícula, mas de uma mistura de partículas, devido as águas correntes não serem boas classificadoras durante a deposição.
• Os solos fluviais, que não sofreram soerguimentos, apresentam Nível de Lençol Freático alto, comandado pelo nível das águas dos rios. Solos de Terraços Fluviais Solos.
• A força das águas correntes não permitem o empilhamento dos grãos de areia ou de pedregulhos no leito dos rios.;
 • Os grãos são empurrados para frente, até encontrarem uma depressão entre os grãos já depositados, onde se encaixam e resistem muito mais ao arrancamento pelas águas correntes.
• São solos compactos com grãos encaixados e de alta resistência. Solos de Terraços Fluviais e Solos Fluviais de Planícies de Inundação
 • Nos períodos de chuvas intensas e prolongadas: – As águas dos rios extravasam com argilas, siltes e areias finas em suspensão, continuando as partículas maiores (pedregulhos, areias grossas, areias médias e areias finas) depositadas ou sendo transportadas no fundo do leito dos rios; – Ao extravasarem, há um aumento enorme da seção de vazão ao longo das margens e as águas sofrem uma perda substancial de velocidade, depositando logo após as margens parte das areias finas que transportavam em suspensão, formando as barrancas laterais dos rios; – As águas que inundam as planícies de inundação levam predominantemente argila e silte em suspensão com pouca areia fina. Solos Fluviais de Planícies de Inundação
 • Cessadas as chuvas: – As águas retornam ao leito, baixando o seu nível; – Parte das águas, contendo argila+silte+pouca areia fina em suspensão, ficam represadas pelas barrancas dos rios, passando a águas paradas e depositando as partículas em suspensão. – Em cada período de chuvas se forma uma delgada camada de lama, mistura de argila+silte+areia fina com água nos poros, por sobre toda a planície de inundação. Solos Fluviais de Planícies de Inundação.
 • Solos Resultantes – Onde o rio não meandrou:
 • Camadas delgadas de lama (argila, silte e pouca areia fina) superpostas.
• Em geral há predomínio das argilas nas lamas fluviais.
• Como a deposição se dá dentro d’água, os poros entre as partículas estão cheios de água e as argilas, que predominam, estão no estado plástico, conferindo sua plasticidade a toda a massa da lama. Por esta razão, as lamas são moles. Solos Fluviais de Planícies de Inundação nas planícies.
· Curiosidades na construção civil
1) Estruturas para deflexão fluvial
Conheça os tipos de espigões, que controlam e direcionam o fluxo da água para diminuir a erosão nas margens de rios  
Espigões são estruturas construídas de forma perpendicular à corrente da água em rios. Atuam como defletores, desviando o curso da água para evitar erosões das margens ou recuperar áreas ribeirinhas. O desvio pode também causar aprofundamento da calha, melhorando as condições de navegabilidade do rio. A construção de espigões tem, em geral, custos mais baixos do que soluções que usam barreiras contínuas nas margens (como revestimentos ou muros). Um projeto de deflexão pode empregar diferentes espigões em conjunto, geralmente construídos em paralelo. A forma, o tipo e a geometria das estruturas são definidos em função do fluxo do rio, de seu regime e de acordo com os efeitos esperados pela intervenção. Confira alguns tipos de estrutura de deflexão fluvial.
Projeto
A construção de estruturas defletoras deve ser precedida por projeto baseado em estudos hidrológicos e geotécnicos, considerando as características do rio e de suas margens. O projeto deve atentar principalmente para o fluxo de água, para o regime de cheias do rio e para o comportamento futuro da sedimentação com a deflexão da corrente natural. Para obras mais complexas é construído um modelo reduzido, em escala, para previsão dos efeitos da deflexão.

1. Tipos de estrutura
As estruturas defletoras podem ser construídas com gabiões, enrocamento, peças pré-moldadas de concreto e geocontêineres. Normalmente, são implantadas progressivamente, tanto para observação de seu comportamento em si quanto de seus efeitos na corrente de água. Quando construídas em conjunto, a distância entre as estruturas costuma ser de cinco vezes o comprimento do espigão a montante - o dimensionamento da distância entre os espigões é importante para evitar a sobrecarga das estruturas e evitar sedimentações indesejadas. Já a longitude dos espigões não ultrapassa 30% da largura do rio, sob o risco de gerar erosões na margem oposta. As estruturas devem ser engastadas na margem, normalmente por meio de uma entrada no terreno seco - a relação entre a parte engastada e a dimensão total do espigão varia entre 15% e 35%.
1.1. Gabião
Os gabiões são usuais na construção de espigões por conta de sua permeabilidade, flexibilidade e resistência mecânica. Modulares, compõem estruturas defletoras versáteis, permitindo alterações e ampliações da composição inicial. Os gabiões mais usados são do tipo caixa (retangulares), mas há ainda gabiões saco (cilíndricos) e colchão reno (com grande superfície e pequena espessura). São fornecidos vazios e devem ser posicionados e costurados com arame. No enchimento (manual ou mecânico), devem ser usadas rochas limpas, com dimensões regulares e que não se fragmentem facilmente. Devese atentar para a mínima formação de vazios. Nos gabiões caixa, são colocados tirantes na horizontal, unindo paredes opostas. Depois de preenchidos, os gabiões caixa são tampados e costurados.
1.2. Enrocamento
O enrocamento é um espigão construído por meio do lançamento de rochas - de pequenas ou médias dimensões. Uma estrutura com pedras diminutas é usada em situações de ação erosiva moderada, como cursos de água com pequena variação de nível e de baixa velocidade - ou, ainda, junto a lagos, pântanos e banhados. Já uma estrutura com pedras medianas é indicada para locais em que é prevista intensa ação erosiva, como nas proximidades de correntes de águas torrenciais. Usualmente as pedras são lançadas diretamente no local (por equipamentos como escavadeiras ou por caminhões basculantes). Não se deve empregar compressão mecânica do enrocamento executado.
1.3. Pré-moldados de concreto
Espigões de concreto são construídos por peças pré-moldadas, normalmente armadas. Esses elementos são usados para estruturas mais estáveis e, por conta de seu peso consideravelmente maior do que o das outras soluções, exigem reforço no solo e fundação apropriada. As peças de concreto prémoldado são fornecidas com a geometria e características específicas para compor a estrutura conforme o projeto. A sua construção é feita por meio da justaposição e sobreposição dos elementos. Normalmente, sua seção transversal tem o formato de trapézio para melhor estabilidade da estrutura.
1.4. Geocontêiner
A estrutura de geocontêiner é feita com espécies de sacos geotêxteis, impermeáveis, preenchidos com areia. Normalmente, um espigão com essa solução fornece estabilidade menor do que nas outras situações e, por isso, são mais usados em rios planos e de baixa velocidade. Os sacos são carregados e posicionados com escavadeiras, sendo sobrepostos e justapostos até sua acomodação. Geralmente a seção transversal tem formato triangular para melhor estabilidade.







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